quinta-feira, 28 de setembro de 2017

REFLEXÃO: HOMEM CRIATIVO, SEGUNDO MASLOW


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"O homem criativo não é um homem comum 
ao qual se acrescentou algo. 
Criativo é o homem comum 
do qual nada se tirou".


(Abraham Maslow)

RECEITA: HAMBÚRGUER DE SOJA

HAMBÚRGUER DE SOJA
(Por MaisEquilíbrio.com) 

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Ingredientes:

- 1 xícara (chá) de proteína de soja
- 2 copos de água morna
- 1 unidade de ovo
- 2 dentes de alho amassados
- 3 colheres (sopa) de farinha de trigo
- 2 colheres (sopa) de farinha de rosca
- 1 colher (sopa) de cheiro verde picado
- 1/2 xícara (chá) de cebola ralada
- 1 colher (café) de óregano
- quanto baste de sal
- quanto baste de pimenta do reino branca
- quanto baste de cominho
- óleo de cozinha

Modo de Preparo:

Hidrate a proteína na água morna por 20 minutos.
Escorra toda a água e esprema bem o excesso de água e misture os demais ingredientes.
Modele os hambúrgueres e coloque para assar ou se preferir frite em um pouco de óleo.

Rendimento:

1 porção = 102g número de porções = 8

Valor nutricional e calórico por porção:

- calorias = 161 kcal
- carboidratos = 18,44 g
- proteínas = 14,41 g
- lipídios = 3,00 g

Bom Apetite!!!

ARTIGO: ALERTA INGESTÃO DE ÁLCOOL NA GRAVIDEZ

Sociedade de pediatria alerta para risco de ingestão de álcool por grávidas
(Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil. Edição: Luana Lourenço - Rio de Janeiro: 12/09/2017)

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A Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro (Soperj) lançou hoje (12) uma campanha para alertar as mulheres grávidas e as que pretendem engravidar sobre os riscos da ingestão de bebidas alcoólicas para o feto. Segundo a diretora da Soperj, Leda Amar de Aquino, como não se sabe a quantidade segura de bebida alcoólica que uma grávida pode tomar, a recomendação é “álcool zero”. O alerta, segundo ela, é referendado pela Academia Americana de Pediatria e pelo Colégio Americano de Obstetras e de Ginecologistas.

Quando a grávida ingere álcool, a substância atravessa a placenta, e pela imaturidade e pelos baixos níveis das enzimas do feto, o metabolismo e a eliminação do álcool são mais lentos. Isso faz com que o bebê fique mais exposto aos efeitos da bebida, que são mais frequentes no cérebro e no coração.

Um dos principais problemas que o consumo de álcool durante a gestação pode trazer ao bebê, segundo Leda, é a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF), que não tem cura e pode aparecer de diversas formas. “No nascimento, você já pode perceber, pelo rosto do bebê, se ele é portador dessa síndrome. Ele tem um rosto diferente”, explicou. Olhos afastados, base do nariz achatada, lábio superior mais fino e microcefalia são alguns dos traços que podem indicar a presença da síndrome, segundo a diretora da associação médica.

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A criança com SAF pode apresentar também alterações renal e cardíaca sérias, além de mostrar transtornos mais tardios. “Muitas vezes, a criança não vem com essas alterações que são perceptíveis ao nascimento, mas ao longo do crescimento, pode-se perceber alterações no seu desenvolvimento, inclusive retardo mental. Pode ter problemas de escolaridade, problemas comportamentais”, listou a médica.

De acordo com a Soperj, no Brasil a incidência da SAF é de 1,5 caso por mil crianças nascidas vivas. Além disso, há 34,1 casos de portadores de alterações do neurodesenvolvimento relacionadas ao álcool por mil nascidos vivos.

Maiores Informações: http://www.gravidezsemalcool.org.br/

CAMPANHA: MARCHA INTERNACIONAL CONTRA A MONSANTO

MARCHA INTERNACIONAL CONTRA A MONSANTO
Autismo, Parkinson, Alzheimer, anencefalia, câncer. O que o glifosato tem a ver com isso? Na propaganda, é pouco tóxico. Mas estudos mostram que o agrotóxico mais usado no mundo altera a produção e a ação de aminoácidos, vitaminas e minerais que protegem o organismo desses e outros males
(Por Cida de Oliveira, da RBA  20/05/2017 e 22/05/2017)

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INTERNATIONAL MARCH AGAINST MONSANTO: A marcha internacional deste ano teve como tema os efeitos nocivos do glifosato, o agrotóxico mais vendido no mundo.

São Paulo – Milhares de ativistas em mais de 30 países, em todos os continentes, foram às ruas (20/ 05) na 6ª Marcha Internacional contra a Monsanto, gigante do setor agroquímico e de biotecnologia de origem norte-americana. O alvo das manifestações, dessa vez, é o Roundup, nome comercial do agrotóxico mais vendido no mundo. Seu princípio ativo, o glifosato, vem sendo usado cada vez mais desde meados da década de 1970, com a entrada no mercado das sementes transgênicas, a grande maioria delas produzidas pela própria Monsanto. Com a suposta promessa de maior produção, essas sementes foram geneticamente modificadas para resistir a doses cada vez maiores desse e de outros venenos. 

Os manifestantes querem chamar atenção para a presença indesejável, nociva e cada vez maior de resíduos não só nos grãos, legumes, verduras e frutas que recebem esse agrotóxico como também em amostras de água da chuva, no leite materno, em fórmulas para alimentação infantil e até em vacinas. 

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O tema é de grande importância para o Brasil, que tornou-se o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Nos últimos dez anos, segundo o IBGE, a venda de pesticidas no mercado agrícola brasileiro saltou de R$ 6 bilhões para R$ 26 bilhões, o que permitiu ultrapassar a marca de 1 milhão de toneladas – um consumo médio de 5,2 kg de veneno para cada habitante. Para piorar o quadro, avançam projetos de lei que pretendem incentivar ainda mais esse mercado.

Estudos que a indústria e muitas agências governamentais tentam ignorar ou até mesmo desqualificar apontam que o advento do glifosato está associado ao crescente registro de doenças pouco comuns até o produto passar a ser largamente utilizado. São diversos tipos de câncer, alterações neurológicas, endocrinológicas, digestivas e intestinais direta ou indiretamente associadas a distúrbios degenerativos e do desenvolvimento, como no Mal de Parkinson e no autismo, e malformações congênitas, como a microcefalia e anencefalia, entre outras igualmente graves, incapacitantes e mortais.

Anencefalia

Recentemente, o chamado caso Yakima Valley, no estado norte-americano de Washington, chamou atenção para o aumento incomum de nascimento de bebês com anencefalia, condição neurológica caracterizada pelo cérebro em tamanho bem menor que o normal para a idade, que coloca em risco a vida e o desenvolvimento motor e cognitivo. Segundo o próprio departamento estadual de Saúde, os registros aumentaram 8 vezes entre os anos de 2010 e 2013, tornando-se quatro vezes maior que a média nacional. E isso pouco tempo depois que o estado implementou um programa de capina química à base de glifosato, que contaminou rios. 

O estabelecimento da relação com o câncer sofre reveses conforme pressões do fabricante sobre as agências que deveriam zelar pela saúde pública. Em março passado, um juiz distrital dos Estados Unidos determinou a divulgação de documentos que comprovam que, na década de 1980, a Monsanto influenciou a agência de proteção ambiental do país para esconder, entre outras coisas, estudos sobre o potencial carcinogênico do veneno.

Há ainda estudos famosos, como os chefiados por Gilles-Eric Séralini, da Universidade de Caen Normandie, na França, que constataram danos ao fígado e rins e distúrbios hormonais em ratos alimentados com o milho transgênico NK603, da Monsanto. E que além desses efeitos graves, foi detectado o desenvolvimento de inúmeros tipos de tumores. Essas sementes foram desenvolvidas justamente para resistir a banhos de glifosato.

Tamanha repercussão levou a Monsanto a agir, desqualificando a pesquisa e exigindo, via pressão nos bastidores, a exclusão da publicação na revista Food and Chemical Toxicology, que teve seu corpo editorial reformulado com a entrada de um nome forte por ela indicado. Acabou que os mesmos resultados foram depois publicados em detalhes na Environmental Sciences Europe, mostrando todos os danos causados.

Mecanismo de ação

"Entre os mecanismos de ação do glifosato sobre as estruturas do organismo humano mais conhecidos estão a interferência de suas moléculas sobre a produção e a ação de aminoácidos, vitaminas e minerais essenciais para o bom funcionamento do corpo, e cujo déficit está associado a alterações que levam ao surgimento dessas doenças", afirma o agrônomo e consultor José Luiz Moreira Garcia. Graduado pela Escola Nacional de Agronomia do Rio de Janeiro, hoje incorporada à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).

Com mestrado em Fisiologia Pós-Colheita pela Universidade Estadual do Michigan, nos Estados Unidos, e em Fisiologia e Bioquímica de Plantas pela USP, estuda há 20 anos nutrição e saúde humana. O interesse pelo glifosato surgiu em palestras com pesquisadores norte-americanos, como o professor emérito da Universidade de Purdue, em Indiana, e Stephanie Seneff, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).

"Pedra nos sapatos" da Monsanto, ambos têm inúmeros estudos que apontam o envolvimento do Roundup em diversas doenças. Em parceria com o pesquisador norte-americano Anthony Samsel, Seneff desenvolveu pesquisas que classificam o glifosato como o mais importante agente causador da epidemia da doença celíaca, causada por inflamações intestinais que levam a deficiências nutricionais, alterações no sistema reprodutivo, inclusive infertilidade, e aumentam as chances de desenvolvimento de doenças na tireóide, insuficiência renal e também o câncer. Inflamações essas muito semelhantes àquelas encontradas por outros estudos que constataram alterações em bactérias intestinais de peixes expostos a esse herbicida. 

Em cinco trabalhos que revisou todas as pesquisas feitas até então, a dupla Samsel & Seneff encontrou elevadas correlações entre as quantidades usadas de glifosato e a incidência de Alzheimer e Parkinson. Há inclusive uma apresentação que ela disponibiliza na internet. Em inglês acessível, traz muita informação para os mais interessados.

Autismo

Segundo explica Garcia, o organismo humano e dos animais depende do chamado microbioma intestinal, ou flora intestinal, composto por trilhões de células de dezenas de milhares de espécies de bactérias e leveduras – todos eles afetados pela ação do glifosato.

"Essa flora intestinal, que evoluiu com o ser humano por bilhões de anos, é constituída por 9 trilhões de células, quando todas as células do nosso corpo somam 1 trilhão. É por isso que somos considerados apenas 10% humanos pela escritora inglesa Alanna Collen", diz. "Esses 90% do nosso corpo não humano são afetados por essa substância."

Esta constatação é a relação mais robusta entre o autismo e o glifosato. Conforme o agrônomo, estudos mostram que crianças autistas têm níveis reduzidos de manganês no sangue, um mineral do qual os lactobacillus e outros microorganismos que colonizam o microbioma intestinal são extremamente dependentes.

Além disso, o manganês atua no processo de conversão dos aminoácidos glutamato a glutamina, essenciais na redução do nível de amônia que no cérebro causam alterações, as chamadas encefalopatias. "Crianças autistas têm problemas de encefalopatia crônica de baixo grau", afirma Garcia. Outra evidência vem de uma pesquisa de 2012, que aponta baixo teor de manganês na primeira dentição associado ao autismo. 

Os prejuízos aos níveis de manganês, bem como de outros minerais vitais à saúde – o cobalto, ferro, zinco, cobre, selênio, cálcio, magnésio, enxofre e molibdênio – são reconhecidos pela Monsanto. "Em uma das três diferentes patentes para a molécula original, a companhia alega que o glifosato é um poderoso quelatizante capaz de bloquear esses minerais." 

Parkinson e depressão

Na segunda patente, segundo Garcia, a Monsanto afirma que o glifosato interfere em uma via bioquímica do metabolismo vegetal que participa da síntese de alguns aminoácidos importantes tanto para as plantas como para o organismo humano. É o caso do triptofano, que o cérebro utiliza para produzir serotonina, mais conhecido como o hormônio do bem estar, a fenilalanina, que entra na composição de muitas proteínas necessárias para o organismo, e a tirosina, que atua na produção de neurotransmissores envolvidos em funções neurológicas relacionadas a funções cognitivas, de memória e humor, entre outras. Daí estar associado a quadros cada vez mais comuns de Parkinson.

"E ao bloquear a síntese desses aminoácidos, o glifosato impede a produção de alguns neurotransmissores, como a serotonina.Vale dizer que a falta de serotonina produz depressão, uma verdadeira epidemia em nossos dias. E depressão é deficiência de serotonia. Não de antidepressivos", ressalta o agrônomo.

Já na terceira patente, a Companhia declara que o glifosato tem ação antibiótica."A essa altura, fica claro que se a pessoa ingerir, por tempo indeterminado, um antibiótico que mata a maioria das formas de vida microbiológicas e um quelatizante, haverá consequências nunca antes aventadas na história da Medicina".

O especialista acredita ainda que um dos principais efeitos deletérias do componente ativo do Roundup é confundir o organismo, já que sua molécula tem configuração e ação muito semelhante à glicina, um aminoácido que atua na nutrição de algumas células."Isso permite que ele substitua a glicina, sendo incorporado a inúmeras proteínas e enzimas, alterando assim a sua conformação estrutural e espacial. Então esse aminoácido fake afeta a vida no seu princípio mais básico ao deixar de cumprir funções básicas que somente a original pode desempenhar".


Uma outra teoria que ele defende é que o glifosato afetaria as enzimas do sistema hepático com papel de desintoxicar o organismo da ação de toxicinas externos. "Ao afetar esse importante mecanismo, a substância contribuiria, indiretamente, para a nossa intoxicação. Mas essa evidência necessita ser ainda melhor estudada".

REPORTAGEM: CRIANÇAS COM MICROCEFALIA E FALTA DE APOIO ÀS FAMÍLIAS

Mães de crianças com microcefalia lutam para não cair no esquecimento
Famílias afetadas pela epidemia do vírus Zika afirmam que têm problemas para receber apoio durante a criação de seus filhos, tanto financeiro quanto logístico. Governo abandona crianças com a doença
(Por Redação RBA - 16/07/2017)

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Brasil não solucionou os antigos problemas de direitos humanos que permitiram que a epidemia de Zika se intensificasse. Em maio deste ano, o governo federal declarou o fim do estado de emergência para o vírus Zika. Entretanto, as marcas da epidemia continuam. Um relatório da Human Right Watch aponta que lacunas na resposta das autoridades brasileiras trouxeram impactos prejudiciais às mulheres. Mães afirmam que o Estado se esqueceu das crianças afetadas pelo vírus à medida que a taxa de novos casos e a atenção da mídia e do público para o surto diminuíram.

Segundo Amanda Klasing, pesquisadora sênior de Direitos da Mulher da Human Rights Watch e coautora do relatório, os direitos básicos continuarão ameaçados caso o governo federal não reduza a infestação de mosquitos e não apoie as famílias com crianças afetadas pelo Zika.

"Os brasileiros podem até ver a declaração do Ministério da Saúde sobre o fim da emergência para o Zika como uma vitória, mas riscos significativos ainda permanecem, assim como persistem os problemas subjacentes de direitos expostos pela epidemia", afirma.

Segundo a entidade, cerca de 2.600 crianças brasileira nascidas com microcefalia e outras condições do vírus Zika precisarão de cuidados a longo prazo. A ONG alerta que os principais cuidadores desses bebês não recebem do governo e da sociedade o apoio integral de que precisam, sendo financeiro e logístico para ter acesso aos cuidados.

As mães de crianças com a síndrome de Zika disseram, em entrevista ao HRW, que foi difícil conseguir informações e apoio, tanto no momento do nascimento quanto agora, à medida que seus filhos crescem e se desenvolvem. 

A entidade também alerta que os mosquitos Aedes – responsável pela transmissão do vírus – continuam presentes no Brasil, e ainda carregam o Zika e outros vírus nocivos, como a dengue. Um surto recente de febre amarela, doença que pode ser disseminada pelo mesmo mosquito, matou pelo menos 240 pessoas no Brasil desde dezembro de 2016.

Uma das advertências feitas pela Human Right Watch é a defasagem na infraestrutura de água e saneamento para controlar a reprodução dos mosquitos e melhorar a saúde pública. "Mais de um terço da população do Brasil não tem acesso a um abastecimento contínuo de água. Esse acesso intermitente à água deixa as pessoas sem escolha e obrigadas a encher tanques e outros recipientes com água para uso doméstico, que podem se tornar involuntariamente focos potenciais de proliferação de mosquitos se deixados descobertos e sem tratamento", diz o texto.

"Muitas mulheres e meninas grávidas entrevistadas afirmaram que, durante suas consultas pré-natais, profissionais do sistema público de saúde não forneceram informações abrangentes sobre a prevenção da transmissão do Zika. Muitas disseram que os profissionais da saúde não as informaram sobre a possibilidade de transmissão sexual do Zika, o que aconteceu parcialmente devido a informações contraditórias ou inconsistentes vindas das autoridades sobre a transmissão do vírus. Como resultado, poucas mulheres estavam usando preservativos para protegerem a si mesmas e os fetos da transmissão do Zika", diz a HRW.

Em 2017, o número de casos de Zika, assim como o número de bebês nascidos com deficiências relacionadas ao vírus, diminuiu drasticamente se comparado com o mesmo período em 2016, mas as autoridades não conseguem identificar a causa dessa redução.


"À medida que as temporadas de mosquitos se intensificam em partes da América e dos Estados Unidos, outros países afetados pelo Zika devem reconhecer que problemas de direitos humanos podem contribuir para a rápida expansão e impacto da epidemia de Zika", diz Klasing. "Países que querem evitar passar pela crise que o Brasil continua a enfrentar devem solucionar questões de direitos humanos logo no início do seu planejamento e respostas à doença."

PESQUISA: PACIENTE EM COMA RESPONDE A ESTÍMULOS

Implante devolve consciência a paciente após 15 anos em coma
É a primeira vez que um paciente em coma por tantos anos, com danos cerebrais graves, responde a estímulos. O homem conseguiu mover a cabeça e os olhos
(Por Redação Veja, 28 set 2017)

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Depois de passar 15 anos em estado vegetativo, resultado de um acidente de trânsito que lhe causou graves danos cerebrais, um homem de 35 anos mostrou sinais de consciência após receber estímulos elétricos no sistema nervoso. Em cerca de um mês, o homem conseguiu mover lentamente a cabeça quando solicitado e seguir objetos com os olhos.

A surpreendente reação, publicada no periódico científico Current Biology, desafia um conceito amplamente aceito pela comunidade científica, segundo o qual não há esperanças de que um paciente retome a consciência após 12 meses em coma.

A terapia – chamada estimulação do nervo vago, que conecta o cérebro à maior parte dos órgãos vitais – consiste em um pequeno dispositivo, que é implantado na região do tórax do paciente, capaz de monitorar e estimular movimentos e sensações. A cirurgia de inserção dura cerca de 20 minutos.

Resultados surpreendentes

Em um mês de monitoramento, os médicos observaram mudanças significativas na atividade cerebral, principalmente aquelas associadas aos movimentos, sensações e consciência. Além do movimento dos olhos e da cabeça, o paciente demonstrou surpresa em ver o rosto da médica que o examinava e conseguiu manter-se acordado enquanto liam um livro para ele.

“Ele ainda está paralisado. Não consegue falar, mas pode responder. Agora ele tem consciência do que o cerca”, disse Angela Sirigu, líder da equipe de pesquisa do Instituto de Ciências Cognitivas Marc Jeannerod, em Lyon, na França.

Esse tipo de estimulação já tem sido utilizado para ajudar em quadros de epilepsia e depressão. Mas essa é a primeira vez que a técnica mostrou resultados em um paciente em estado vegetativo. Agora, o próximo passo da pesquisa é testar o estímulo em pacientes com danos menos profundos.

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Estado vegetativo

Uma pessoa em estado vegetativo, apesar de conseguir acordar e abrir os olhos, não consegue responder ou mostrar sinais de consciência e emoção. É considerado contínuo quando o estado ocorre por mais de um mês e permanente quando persiste por mais de seis meses em casos de lesão cerebral não traumática e por mais de um ano com lesões traumáticas.

“Muitos médicos acreditam que pacientes em estado vegetativo são incapazes de retomar a consciência, que estão apenas esperando para morrer. Isso não é verdade, ainda existe uma possibilidade”, disse Steven Laureys, da Universidade de Liege, na Bélgica, que não teve envolvimento no estudo. “A estimulação do nervo vago pode ser um novo tratamento em potencial.”


Segundo Niels Birbaumer, especialista em ferramentas inteligentes que ajudam pacientes com problemas neurológicos a se comunicarem da Universidade de Tübingen, na Alemanha, o caso levanta algumas questões éticas. “A eutanásia passiva acontece com frequência. Esse estudo é um aviso para todos aqueles que acreditam que acham que pessoas em coma não podem mais voltar”, disse ao jornal britânico The Guardian.

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