quarta-feira, 4 de julho de 2012

AÇÃO SOCIAL: DOADORES DE SANGUE EM REDES SOCIAIS


Governo quer usar redes sociais para aumentar número de doadores de sangue
Por: Thais Leitão, da Agência Brasil, 14/06/2012.


Rio de Janeiro – O Ministério da Saúde quer aumentar o número de doadores regulares de sangue no país dos atuais 2% da população para 3%, patamar recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para isso, a ideia é aproveitar as ferramentas das redes sociais para cadastrar potenciais doadores e direcionar essas pessoas aos hemocentros mais próximos. De acordo com o ministro Alexandre Padilha, um banco virtual criado pelo ministério em novembro de 2011, já conta com mais de 7 mil doadores voluntários e o objetivo é dobrar esse número, alcançando 15 mil até o fim do ano.

“Vamos conectar esse banco virtual com cada hemocentro do país, que poderá fazer uma busca ativa dos doadores cadastrados. Quando seus estoques estiverem reduzindo, o hemocentro pode mandar mensagem aos doadores para que eles venham doar sangue naquela cidade, naquele estado”, explicou Padilha, no Rio de Janeiro, após doar sangue no Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio). O ato marcou o Dia Mundial do Doador Voluntário, celebrado nesta quinta-feira (14).

O ministro destacou que o Brasil conta com 36 polos de hemocentros e mais de 300 hemocentros públicos. Ele também ressaltou que os meses de junho e julho são considerados os mais críticos em relação aos estoques de sangue, quando são registradas reduções de até 25% nas doações. “São meses de férias, de inverno e de chuva em várias regiões. Nossas campanhas em locais abertos também ficam comprometidas”, explicou. Padilha acrescentou que o procedimento é totalmente seguro tanto para os doadores quanto para quem recebe sangue.

O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, que acompanhou o ministro na ação de hoje, enfatizou que as doações servem não só para suprir as necessidades em casos de acidentes, mas também para abastecer hospitais da rede pública e contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As pessoas costumam associar a necessidade de doação apenas à ocorrência de acidentes, mas há também pacientes que fazem tratamento de câncer e de outras doenças em que há necessidade de transfusão o tempo todo. Então, é fundamental que essa doação ocorra os 365 dias do ano”, disse.

O Ministério da Saúde informa que investiu, no ano passado, R$ 380 milhões na rede de sangue e hemoderivados no país. Para este ano, está previsto investimento no valor de R$ 580 milhões.


Demanda cada vez maior

No Dia Mundial do Doador de Sangue, a OMS chama a atenção para a demanda cada vez maior por sangue e hemoderivados em todo o mundo – sobretudo em países mais desenvolvidos, onde sistemas de saúde mais avançados realizam procedimentos médicos e cirúrgicos de alta complexidade.

“Todos os anos, milhões de pessoas contam com a generosidade de outras, mas os índices de doação de sangue variam consideravelmente e a demanda cresce em todo o mundo”, alertou a organização em comunicado divulgado hoje, ao fazer um apelo para que mais pessoas doem sangue voluntariamente e regularmente.

Cerca de 92 milhões de doações são feitas todos os anos no mundo – a maioria por voluntários. Entretanto, desse total, 30 milhões realizam o procedimento uma única vez e não retornam aos hemocentros para novas doações. Atualmente, apenas 62 países têm bancos de sangue capazes de atender às próprias necessidades.

De acordo com a OMS, o aumento na expectativa de vida e o consequente crescimento de doenças crônicas relacionadas ao avanço da idade exigem transfusões de sangue e uso de hemoderivados que vão além da oferta existente.

Outro problema é que alguns produtos derivados do sangue utilizados, por exemplo, no tratamento de pacientes com câncer, como plaquetas, têm durabilidade pequena, cerca de cinco dias. “Isso significa que precisamos de cada vez mais doadores de sangue para sanar essas demandas”, ressaltou a organização.

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