quarta-feira, 31 de agosto de 2011

MENSAGEM: VENÇA A ANSIEDADE

VENÇA A ANSIEDADE
(Por Missª Iari Trasmontano)

“Não estejais ansiosos..”, proíbe Jesus.


“Ansiosos” vem de um termo grego que significa “distrair”. Fica subentendida a idéia de duplicidade.  A idéia é que a mente procura seguir em duas direções ao mesmo tempo, resultando em confusão e sofrimento.

Uma situação como exemplo: “O homem que quiser ter um tesouro nos céus e que quiser servir a Deus e não tem como servir ao mesmo tempo as propriedades” (Sherman Johnson). Na explicação de Orlando Boyer, a avareza e a ansiedade são “uma para com a outra como lagarta para a borboleta”. A lagarta transforma-se em borboleta; aqueles que andam aflitos por dinheiro mostram-se avarentos depois de adquiri-lo. O amor ao dinheiro produz avareza naqueles que o têm (Colosensses 3.5-6 e I Timóteo 6.10).

É importante frisar que Jesus não proíbe a prudência que prevê o futuro, mas o afã e o angustiar-se pelo amanhã. Ele proíbe o medo ansioso, enfermo, que é capaz de eliminar toda a possibilidade de alegria de vida no presente.

O nosso Senhor nos apresenta razões para vencer a ansiedade:

1- A vida do homem, não consiste apenas em “comer,” “beber e “vestir-se”. A sua personalidade humana merece mais considerações do que a simples satisfação dos desejos físicos (Mateus 12.12).

2- O cuidado de Deus, permanece aos seus próprios filhos.

3- A inutilidade da ansiedade, não altera as condições de vida e nem aumenta a sua duração. Ela não efetua o desenvolvimento.

4- Ansiedade e infidelidade é essencialmente desconfiança para com Deus.

5- Ansiedade é desnecessária, pois Deus, o nosso Pai, conhece todas as nossas necessidades e garante o fornecimento para as mesmas.

6- O Segredo do Suprimento é busca do Reino de Deus e de sua justiça que garante, por si mesma, o recebimento das coisas que precisamos para as nossas necessidades físicas.

7- A Ansiedade traz aumento de sofrimento. A ansiedade, por sua própria natureza, é inútil e só acrescenta maior dose de sofrimento a vida diária, que já é maldiçoada por muitos males. É loucura sofrer o mal futuro, que nem ao mesmo existe ainda, juntamente com o sofrimento presente, o qual é perfeitamente real.

Deus tem um cuidado muito especial com o seu povo. Ele preserva e governa a nossa vida.

A providência opera em nosso nascimento, na salvação, no trabalho diário, na vida da familiar, em tudo enfim.

“Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”
(Romanos 8.32)

“Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que ama a Deus.”
 (Romanos 8.28)

A certeza do cuidado divino é importante para nos trazer tranqüilidade e esperança, afim de vencermos a ansiedade e as preocupações exageradas.

É possível vencer a ansiedade ou a preocupação excessiva, descansando na providência Divina, sabendo que Ele suprirá todas as nossas necessidades.

“Lança sobre Ele todas as suas ansiedades, pois Ele tem cuidado de vós”
 (1 Pedro 5.7)

“ Descansa no Senhor e espera Nele”
(Salmos 37.7)

Tenha certeza que Deus fará tudo aquilo que você não pode fazer.

Lembre-se, o seu Viver é Especial para o teu Criador.
Viva a vida dia a dia!
Seja Feliz!


NOTÍCIA: CRIADA LUZ QUE REVELA SEU INTERIOR

A luz que revela seu interior - em 3D
Inovação Tecnológica, 31-08-2011

Tomografia óptica

Olhar para dentro de você está adquirindo um novo sentido, graças à equipe do professor Ulf Ahlgren, da Universidade de Umea, na Suécia.

Ou, pelo menos, permitirá que você veja seu interior com uma resolução nunca antes alcançada. O interior físico, é bom que se diga.

Para prosseguir em seus estudos do diabetes, os pesquisadores tiveram que aprimorar uma técnica de imageamento de última geração, chamada Tomografia Óptica de Projeção.
O termo "óptica" indica que a tecnologia usa luz comum, em lugar dos mais comuns raios X usados em imagens médicas.

Isto tem feito a técnica deslanchar rapidamente porque a radiação não-ionizante permite estudos no campo da biologia e da patologia sem afetar o material sendo estudado.
A nova técnica permite uma visualização em três dimensões de níveis microscópicos dos tecidos, o que inclui a expressão de genes e proteínas dentro de uma amostra de tecido.

Células produtoras de insulina

Os pesquisadores suecos conseguiram ampliar o campo de visão da tomografia óptica, permitindo a observação de órgãos inteiros, sem distorções.

Isso possibilitou a captura de objetos menores e menos iluminados, criando uma reprodução mais exata das diversas células presentes no tecido, incluindo as chamadas ilhotas de Langerhans, que produzem insulina.

A técnica também já permitiu a descrição de aspectos até agora desconhecidos de como o pâncreas se desenvolve na fase embrionária.

O estudo revelou que as células de insulina são muito mais numerosas do que se calculava, e, ao contrário do que se acreditava, elas não são distribuídas uniformemente - a maioria dessas células está concentrada no chamado lobo gástrico do pâncreas.
Problemas na produção de insulina ou a incapacidade do organismo em responder aos sinais da insulina podem levar ao diabetes.


REPORTAGEM: ALERTA AO CONSUMO DE SAL- PREJUDICIAL AOS OLHOS E TIREÓIDE

Consumo em excesso de sal causa danos aos olhos e à tireoide
O Globo, 31-08-2011
Antonio Marinha

RIO - O consumo em excesso de sal é o principal responsável pelo aumento da pressão arterial, doença que leva a doenças cardiovasculares, como derrame, e afeta a retina, a estrutura do olho responsável pela formação de imagens. Segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, a falta de informação sobre cuidados com a alimentação diária e o envelhecimento da população estão aumentando o número de pessoas com alterações na membrana no fundo do olho, o que eleva o risco de perda de visão.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE mostra que sete em cada dez brasileiros consomem mais sal do que o recomendado, ou seja, até 5 gramas/dia para crianças e idosos ou 6 gramas/dia para adolescentes e adultos. Esse hábito danifica as artérias da retina, reforça o médico. E o problema se agrava porque a doença no olho normalmente não apresenta sintomas e não é percebida pelos pacientes. O diagnóstico é realizado através do exame de fundo de olho, a fundoscopia.

- Esse exame ajuda a identificar também os primeiros sintomas de hipertensão arterial - diz Queiroz. - Na retina as alterações vasculares decorrentes do aumento da pressão são causadas, por exemplo, por arteriosclerose, o enrijecimento e estreitamento de vasos e artérias.

A retina ainda pode sofrer isquemia, a interrupção de circulação de sangue na veia central; hemorragia, devido ao afinamento da parede dos vasos e das artérias; edema do disco óptico, por formação de depósitos, estreitamento das artérias e dilatação das veias. O oftalmologista ensina que o controle do sal na dieta inclui até os doces industrializados que contêm sódio para sua conservação.

- Usar sal light com redução de 50% do sódio só com receita médica. Isso porque o maior teor de potássio desse tipo de produto pode ser contra-indicado para quem sofre de doenças nos rins. Prefira consumir mais ômega 3, encontrado em semente de linha, castanhas e peixes como atum e sardinha. Esses alimentos ajudam a melhorar a circulação na retina.

O excesso de iodo, presente no sal, também afeta o funcionamento da glândula tireoide e pode desencadear uma doença ocular chamada orbitopatia de Graves, que se caracterizada por olhos vermelhos, retração palpebral, inchaço da conjuntiva e dor. Em alguns casos, a órbita ocular salta para fora. Há situações ainda em que a pessoa tem estrabismo restritivo, visão dupla e elevação da pressão intraocular.O tratamento dependerá de avaliação médica e inclui uso de corticoide, descompressão do globo ocular e até cirurgia.

NOTÍCIA: CUIDADO COM O PÃO DE QUEIJO

Pão de queijo, de sódio e de gordura
Teste mostra excesso de substâncias danosas à saúde no quitute
O Dia, 31-08-2011
CLARISSA MELLO

Rio - Esqueça aquele pãozinho de queijo quentinho e saboroso que você faz no intervalo da novela das oito entre um suspense e outro: de inocente, ele não tem nada. Pesquisa realizada pelo Proteste (Associação de Consumidores) revelou que os quitutes mineiros estão recheados de excesso de sódio, gordura saturada e gordura trans.

O órgão analisou nove marcas: São Geraldo, Carrefour, Duduxo, Forno de Minas, Sadia, Bom Preço, Qualitá, Perdigão, Maricota. Dessas, apenas as duas primeiras passaram no teste com louvor.

O maior problema, segundo os pesquisadores, é o teor de sódio. Uma porção de quatro pãezinhos de queijo das marcas Maricota e Qualitá têm 0,8 gramas para cada 100 gramas: quase a metade do valor diário de sódio recomendado que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 2 gramas.

Além disso, apesar de todas as amostras apresentaram quantidades aceitáveis de gorduras totais, em relação às gorduras saturadas algumas apresentaram problemas. Forno de Minas foi a pior marca — 6,3 g em uma porção de 100 g. Os pães de queijo Maricota e Qualitá também pecaram nesse critério.

Quanto à gordura trans (que aumenta o nível de colesterol ruim e diminui o nível de colesterol bom), das nove marcas avaliadas, Duduxo, Maricota e Qualitá continham esse tipo de gordura. Maricota e Qualitá chegaram à metade do limite permitido para um dia — 2 gramas, segundo a OMS.

REPORTAGEM: PADRONIZAÇÃO DE MAPAS PARA CEGOS

Planeta Universitário, 29-08-2011

Os estudos da UFSC na área de cartografia tátil resultaram em propostas de padronização que procuram qualificar mapas para pessoas cegas e com baixa visão.

Desenvolvido junto ao Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar, setor ligado ao Departamento de Geociências, o trabalho é realizado em parceira com a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e a Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC).

“No começo muitas pessoas cegas tinham receio dos mapas táteis”, lembra a professora Ruth Emilia Nogueira, pesquisadora da área de cartografia que acolheu o pedido de ajuda da Federação Catarinense de Educação Especial para adaptação de mapas para deficientes visuais.

Usar o título sempre na parte superior; a simbologia para o norte no campo superior esquerdo (o que facilita o posicionamento do mapa) e uma escala que tem como referência a medida do dedo para simbolizar distâncias aproximadas são algumas das propostas de padronização testadas com pessoas cegas.

“O uso da ponta do dedo indicador como referência para medidas nos mapas foi um pulo do gato. O corpo é usado como referência para escala nas representações gráficas para a pessoa que não possuem a visão”, explica a professora, orientadora de diversos projetos de conclusão de curso e de pós-graduação na área de cartografia.

Segundo ela, os produtos da cartografia tátil podem funcionar como recursos educativos e também como facilitadores para a movimentação em edifícios públicos de grande circulação. Entre eles, terminais rodoviários, de metrô, aeroportos, shopping centers, campos universitários e centros urbanos.

Atlas Geográfico Tátil

Os estudos no Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar resultaram em diversos materiais, entre eles um Atlas Geográfico Tátil e um Globo Terrestre Tátil. Os produtos do grupo contemplam diversas peças voltadas para o ensino. Entre elas, mapa tátil das regiões do Brasil, de hidrografia, população e política. Há também mapas voltados para mobilidade, como o da UFSC, do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, do Centro de Florianópolis, do Terminal Centro de Florianópolis e da Rodoviária Rita Maria.

* Todos para leitura com as mãos e disponíveis para download e reprodução a partir do site www.labtate.ufsc.br.

Com a colaboração do professor Adriano Henrique Nuernberg, do Departamento de Psicologia, em um dos projetos de pesquisa mais recentes o grupo avalia a elaboração de conceitos geográficos em estudantes com deficiência visual congênita. A meta é gerar subsídios teóricos para a produção de materiais cartográficos e princípios pedagógicos que permitam ampliar as condições de acesso ao conhecimento espacial por esse grupo.

Outra pesquisa tem como objetivo continuar os estudos para concepção e produção de padrões cartográficos brasileiros para mapas táteis do espaço urbano central e de ambientes internos de edifícios públicos de grande circulação.

“Conseguir ler um mapa é fundamental para domínio do espaço social e físico”, defende a professora Ruth, escolhida este ano pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC como
Destaque Pesquisadora 2011. Sua dedicação à cartografia será homenageada no mês de outubro, durante a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex).

Catálogo de símbolos e materiais para mapas táteis

Além de diversos mapas táteis, no site do Laboratório de Cartografia Tátil e Escolas é possível acessar o Catálogo de Materiais Utilizados na Elaboração de Mapas Táteis. O projeto teve o apoio da Finep e do CNPq, como proposta de padronização de mapas táteis para o Brasil e como forma de dar subsídios para a comissão encarregada dessa tarefa na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O catálogo de símbolos e materiais mostra os métodos de produção dos mapas táteis em papel microcapsulado e em acetato (uma espécie de fibra).

Traz também detalhes sobre os métodos usados na matriz artesanal dos mapas táteis, construída com componentes simples como cordão, cortiça, miçangas, papel e cola. Nessa fase, miçangas de dois milímetros são usadas para representação dos símbolos que definem os Trópicos e o Equador, por exemplo. Miçangas enfileiradas, que o grupo denomina “do tipo rosário”, são usadas para representar as linhas dos trópicos e Câncer e Capricórnio. Uma cortiça representa o símbolo do norte geográfico.

O grupo alerta que para confeccionar mapas táteis é fundamental a utilização de materiais que sejam agradáveis ao toque e que não machuquem os dedos dos leitores. Materiais como lixa, areia e texturas ásperas ou pontiagudas não devem ser empregadas. Deve-se evitar também materiais muito moles ou que se desfaçam facilmente, pois podem deformar e passar informações inverídicas ou inexatas.

* Mais informações:
ruthnogueira@gmail.com / (48) 3721-9362, ou Ramal: 8593

Saiba Mais:

- O Artigo 59 da LDB afirma que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização peculiar para atender às suas necessidades.

- Entretanto, ainda não existem normas na Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre a elaboração de Mapas Táteis.

- De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial possui alguma deficiência

- No Brasil, dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000 indicam que aproximadamente 14,5% da população possuíam pelo menos uma deficiência. O percentual representa mais de 24,5 milhões de brasileiros.

- De acordo com esse censo, 16,6 milhões de brasileiros possuem alguma ou grande dificuldade de enxergar.

- Entre os que se declaram ser incapazes de enxergar, 620 mil têm menos de 40 anos.

NOTÍCIA: BRASILEIROS RECRIAM NEURÔNIO ESQUIZOFRÊNICO

Brasileiros recriam neurônio esquizofrênico em laboratório
24 Horas News, 30-08-2011

Usando uma técnica que "convence" células de pessoas adultas a voltar ao estado embrionário, pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) conseguiram recriar, em laboratório, os neurônios de um paciente com esquizofrenia.

Em trabalho que será publicado na revista científica "Cell Transplation", a equipe do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias descreve como obteve células da pele do paciente, procedimento já padronizado para esse tipo de estudo.
 
As amostras de pele são usadas para produzir as chamadas células iPS (sigla inglesa para "células-tronco pluripotentes induzidas").
 
"Pluripotente" é como os cientistas chamam as células capazes de dar origem a qualquer tecido do organismo, com a exceção da placenta. São "induzidas" porque, por meio da ativação de um conjunto específico de genes, elas são forçadas a retornar ao estado embrionário, aquele que origina células de pele, de músculo e neurônios.
 
A promessa desse procedimento é que, no futuro, as células iPS sejam transformadas no tecido desejado e criem órgãos para transplante sob medida, sem risco de rejeição, já que possuem o mesmo DNA do paciente.
 
Por enquanto, porém, sua aplicação mais imediata é criar modelos precisos de uma doença. No caso, espera-se que os neurônios criados a partir das iPS repliquem as condições celulares da doença e ajudem os cientistas a entendê-la e tratá-la.
 
No novo estudo, por exemplo, o grupo da UFRJ verificou que os neurônios "esquizofrênicos" consomem mais oxigênio e também produzem níveis aumentados de radicais livres, que podem causar danos fatais às células. Os cientistas chegaram até a "tratar" esse problema.
 
O trabalho foi coordenado por Stevens Kastrup Rehen e tem como primeiras autoras suas colegas Bruna Paulsen e Renata de Moraes Maciel. Os dados serão apresentados nesta terça-feira, durante o Simpósio Indo-Brasileiro de Ciências Biomédicas, no Rio de Janeiro.

REPORTAGEM: ALERTA A REDUÇÃO DE TESTOSTERONA NOS HOMENS

Homens Têm Níveis De Testosterona Cada Vez Mais Baixos
Folha de São Paulo, 30-08-2011
JULIANA VINES

Os homens de hoje são menos "machos" do que seus pais ou avós. Pelo menos se depender da quantidade de testosterona, o hormônio masculino.

Nas últimas duas décadas, os níveis desse hormônio caíram bastante, segundo alguns estudos. Um deles, feito com mais de 1.500 homens entre 1987 e 2004, constatou que os machos de hoje têm 22% menos testosterona do que os de duas décadas atrás.

Segundo os pesquisadores, do New England Research Institutes, nos EUA, o declínio dos índices não está relacionado com a idade dos participantes da pesquisa --é normal que os mais velhos tenham níveis mais baixos do hormônio. A queda foi generalizada e, para eles, deve-se a mudanças no estilo de vida e fatores ambientais, como estresse e tabagismo.

O trabalho foi publicado na revista "The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism".
Para Ricardo Meirelles, endocrinologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o achado do estudo é consenso entre os médicos. Uma das principais razões, segundo ele, é o aumento no número de obesos.

"A obesidade causa queda nos níveis de testosterona e isso favorece o acúmulo de gordura. É um círculo vicioso perverso: menos hormônio aumenta a formação de gordura e inibe a quebra", diz. O excesso de gordura também pode fazer com que o hormônio testosterona seja transformado em estrogênio, hormônio feminino.

De acordo com a endocrinologista Elaine Maria Frade Costa, do Hospital das Clínicas de SP, outros fatores da vida moderna também influenciam.

"Poluidores ambientais e a ingestão de substâncias estrogênicas --pesticidas, componentes do plástico, soja-- podem inibir a liberação do hormônio", afirma.
As consequências são diminuição de libido, disfunção sexual, perda óssea, anemia e alterações no humor.

O quadro nem sempre precisa ser tratado. Mas, se a quantidade de hormônio masculino for abaixo da normalidade, vira doença: o hipogonadismo.

Um exame de sangue simples detecta o problema. Se a causa for excesso de peso, muitas vezes só o emagrecimento é suficiente para normalizar os níveis de testosterona. Se não, há tratamentos com reposição hormonal.

REPORTAGEM: MAIS CHANCES DE TER UM FILHO

MAIS CHANCES DE TER UM FILHO
O uso de novos métodos para selecionar os melhores óvulos, espermatozóides e embriões dobrou a probabilidade de sucesso para uma gravidez bem-sucedida
Isto É, 30-08-2011
Mônica Tarantino

Desde o nascimento do primeiro bebê de proveta, em 1978, a medicina procura aprimorar os métodos de reprodução assistida, aquela feita no laboratório. Nesse período, descobertas como a Injeção Intracitoplasmática de Esperma (a sigla em inglês: ICSI), feita em 1992 – uma injeção que coloca o espermatozoide dentro do óvulo –, elevaram bastante as chances de ter um filho.

“Graças a conquistas como essa, as chances de engravidar com a ajuda da medicina reprodutiva passaram de 20%, há duas décadas, a 50%, em média, atualmente, para mulheres com menos de 35 anos”, afirma Artur Dzik, presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana. Ou seja, elas cresceram duas vezes e meia nesse período.

O desafio atual dos especialistas é selecionar os óvulos, os espermatozoides e o embrião (para que ele tenha maiores chances de se grudar à parede do útero, possibilitando a evolução da gravidez). No que se refere ao embrião, um dos recursos mais recentes é uma incubadora onde eles ficam guardados desde a fecundação até o momento de ser transferidos para o útero. Com uma câmera acoplada, o equipamento grava e transmite imagens em diversos planos, uma espécie de big brother. 

“Isso permite acompanhar seu ritmo de desenvolvimento sem a necessidade de tirá-lo da incubadora para observação”, diz o ginecologista Carlos Petta, chefe da área de medicina reprodutiva do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Poupá-lo da manipulação feita a cada oito horas para ser avaliado é um ponto positivo. “É uma proteção à sua integridade que evita, por exemplo, mudanças de temperatura”, diz o ginecologista Bruno Scheffer, da Clínica IBRRA, de Belo Horizonte (MG).

Na opinião de médicos espanhóis do Instituto Valenciano de Infertilidade, um dos centros de referência mundiais no tratamento da infertilidade e o pioneiro no desenvolvimento e utilização da incubadora, a técnica pode elevar em até 20% as chances de gravidez em cada transferência de embrião – em novembro do ano passado, o instituto anunciou o nascimento do primeiro bebê concebido com o auxílio do método. Além de evitar a manipulação do embrião, a possibilidade de acompanhá-lo até o quinto dia após a fecundação é importante porque muitos param de crescer entre o terceiro e o quinto dia, por alterações cromossômicas. Se forem transferidos para o útero, a gravidez não prossegue. E estima-se que metade dos embriões concebidos em laboratório contenha alguma alteração cromossômica e se perca.Há mais métodos de análise do embrião.

Lançado recentemente, o teste CGH avalia os 23 pares de cromossomos (estruturas organizadas do DNA e proteínas que guardam diversos genes) em vez de cinco ou dez pares, como permitiam as técnicas anteriores. Esse teste, cujo nome completo é Hibridização Genômica Comparativa, identifica pelo menos 100 doenças genéticas que indicam a necessidade de descartar os embriões com as alterações. “Se a causa da infertilidade ou do abortamento for cromossômica e o exame for feito para selecionar o embrião livre de alterações, as chances de gravidez desse casal com a fertilização in vitro são bastante elevadas”, explica Jonathas Borges, que coordena o serviço de medicina reprodutiva do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

“É possível analisar sequências de DNA provenientes de todos os cromossomos e ter o resultado em torno de 24 horas”, explica Juliana Cuzzi, gerente do Genesis Genetics Brasil, laboratório onde o exame também é realizado.

Essas novas ferramentas estão levando a uma revisão nos critérios para descartar embriões. “Muitas vezes, os que têm o melhor formato não são os que apresentam o melhor ritmo de desenvolvimento, o que é um critério importante para a escolha”, diz o especialista em reprodução assistida Paulo Olmos, do Projeto Alfa, em São Paulo. Para aprofundar essas análises, estão em andamento estudos do chamado metaboloma do embrião. Trata-se da análise de proteínas e gases encontrados no meio de cultura (um caldo de substâncias) em que ele fica mergulhado. Dependendo das substâncias ali presentes, o desenvolvimento é considerado normal ou não.

No Brasil, testes desse tipo já são realizados na Universidade Estadual de Campinas. Aliás, o preparo desses líquidos em que o embrião se desenvolve é mais uma área-chave para o progresso da especialidade. Existe, atualmente, muita pesquisa para produzir meios de cultura mais semelhantes ao que ocorre no organismo da mãe.

Orientado por esses princípios, o especialista Francisco Colucci, de Campos, no Rio de Janeiro, anunciou na semana passada o nascimento de Maria Vitória, o primeiro bebê brasileiro nascido por meio de uma técnica conhecida há duas décadas, porém pouco usada no Brasil, a Invo. Colucci recolheu o óvulo e o espermatozóide e colocou-os em uma cápsula no fundo da vagina da mãe. Três dias depois, ela foi retirada para avaliar quantos embriões haviam se formado.

A técnica tem baixo custo e é adequada para mulheres jovens com problemas tubáreos (como no caso de laqueadura) e casais com óvulos e espermatozóides de boa qualidade.Uma das aplicações mais importantes desses métodos de triagem é a redução das gestações múltiplas. “É uma preocupação cada vez maior”, diz o ginecologista Edson Borges, da Clínica Fertility, de São Paulo. Isso se faz limitando o número de embriões transferidos para o útero por tentativa. Países como a Dinamarca e a Suécia, por exemplo, concluíram que é mais econômico para o governo custear sucessivos tratamentos de fertilização in vitro com a transferência de um único embrião para a mesma mulher do que custear a internação de gêmeos, trigêmeos ou quadrigêmeos nascidos prematuramente em UTIs. No Brasil, uma norma do Conselho Federal de Medicina estabeleceu regras para o número de embriões a ser transferidos (depende da idade da mulher).

A preservação da fertilidade feminina é mais um tema que ganha espaço. E o grande avanço nesse sentido é a vitrificação dos óvulos, uma técnica que substitui o congelamento lento e se disseminou há cerca de três anos. “Ela permitiu uma revolução na fertilidade feminina”, diz o médico José Bento de Souza, de São Paulo. O método permite que o óvulo seja conservado sem sofrer danos, o que amplia as chances de gravidez quando realizado antes dos 35 anos. No congelamento lento dos óvulos, a temperatura demora entre 120 e 180 minutos para cair até os 196 graus negativos. Na vitrificação, o processo leva um segundo. Com isso, não há mais perda de óvulos e evita-se a formação dos cristais de gelo que danificam as estruturas dos gametas. Também podem-se guardar embriões vitrificados. “Eles possuem a mesma eficácia de um embrião fresco na hora da transferência”,  assegura o médico Edson Borges.

No mundo, cresce o número de mulheres saudáveis com idade inferior a 35 anos que estão recorrendo à vitrificação para ter filhos mais tarde. “É um benefício do qual elas já podem usufruir se forem bem orientadas”, diz Artur Dzik. A eficiência da técnica é também um alento para pacientes em terapia contra o câncer (o tratamento pode criar problemas de infertilidade). “O fato de conservar os óvulos garante a possibilidade de ter um filho após a terapia. É uma esperança que também ajuda na recuperação”, afirma a oncologista clínica Solange Sanches, do Hospital do Câncer A. C. Camargo, em São Paulo.

Nos Estados Unidos, o método já é indicado para pacientes com outras doenças. “Recomendamos a preservação da fertilidade a pacientes com lupus, artrite reumatoide e a mulheres com doenças genéticas que causam a perda prematura de óvulos, como síndrome de Turner”, disse à ISTOÉ Elizabeth Stewart, da divisão de endocrinologia reprodutiva da Clínica Mayo.Outro recurso é a avaliação da fertilidade feminina. Ela é feita a partir da dosagem, no sangue, do hormônio anti-mülleriano. Se estiver alto, indica que naquele momento a mulher tem uma boa reserva de óvulos. No entanto, é só uma fotografia do instante e não serve para predizer as chances de sucesso do tratamento. Os dados desse exame ajudam, ainda, a determinar a quantidade necessária de medicamento para induzir a ovulação que será dada a essas mulheres antes da retirada dos óvulos.

O conhecimento das origens da infertilidade masculina também avança. Em uma das frentes de pesquisa, o desenvolvimento de um equipamento que aumenta 6,6 mil vezes o tamanho de um espermatozoide está permitindo o exame do gameta masculino com maior precisão. É o chamado SuperIcsi. E isso também está levando os especialistas a rever alguns critérios de escolha. Um dos parâmetros usados nos dias atuais é verificar a presença de vacúolos na cabeça do espermatozoide. Vacúolos são gotas de material genético contendo proteínas que podem prejudicar a capacidade reprodutiva do espermatozoide. “Isso não podia ser visto pelo método que existia anteriormente, que ampliava 400 vezes o espermatozóide”, diz o urologista e especialista em medicina reprodutiva Sidney Glina, de São Paulo.

Além disso, cientistas da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, criaram um método que revela se as instruções genéticas armazenadas pelo espermatozoide estão intactas ou danificadas. Depois de estudar as células reprodutivas de 50 homens, o pesquisador Gabor Huszar constatou que aquelas que mantinham seu DNA intacto responderam de maneira diferente das que têm algum dano ao ser mergulhadas em uma solução contendo ácido hialurônico (substância do nosso organismo que preenche os espaços entre as células). “Nosso método é comparável à seleção natural realizada pelo óvulo, que só permite a entrada de espermatozoides com bom material genético”, disse Huszar, que liderou o trabalho publicado no “Journal of Andrology”.

Muitos outros aspectos interessantes estão na mira da ciência.  A pesquisadora Mylene Yao, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, por exemplo, desenvolveu um modelo matemático para prever as chances de êxito na segunda tentativa de FIV. “Usamos 10 a 15 informações clínicas para fazer a estimativa”, disse ela à ISTOÉ. A cientista está deixando seu cargo de docente na universidade. Ela quer se dedicar a uma companhia que fundou com a intenção de fabricar o programa de computador desenvolvido por ela, para fazer esse cálculo e, dessa maneira, torná-lo disponível aos especialistas.

REFLEXÃO: MELHOR VIVER, SEGUNDO MAHATMA GANDHI

"A felicidade não está em viver, mas em saber viver.
Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive."

(Mahatma Gandhi)

REPORTAGEM: ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS AFETAM SAÚDE MENTAL

Mudanças no clima também afetam a saúde mental, alerta estudo
Folha de São Paulo, 30-08-2011
Da France Presse

Estresse nos adultos, angústia nas crianças: as mudanças climáticas também podem afetar a saúde mental das pessoas, alerta um estudo publicado nesta segunda-feira por um instituto de pesquisas australiano, para o qual este tema ainda é muito pouco estudado.

"Os danos causados pelas mudanças climáticas não são só físicos. O passado recente mostra que os eventos climáticos extremos trazem também sérios riscos para a saúde pública, inclusive a saúde mental e o bem-estar das comunidades", destacou este estudo, realizado pelo Instituto do Clima, uma entidade australiana.

Ao comparar fenômenos climáticos, como secas e inundações observados nos últimos anos em algumas regiões da Austrália, o estudo constata que "a comoção e o sofrimento provocados por um evento extremo pode persistir durante anos".

Uma parte significativa das comunidades atingidas por episódios como estes --uma pessoa em cada cinco-- vai sofrer os efeitos do estresse, de danos emocionais e desespero, estimou o Instituto do Clima.

Segundo o organismo, o abuso de álcool pode ocorrer após eventos climáticos extremos e alguns estudos estabelecem inclusive um vínculo entre ondas de calor, secas e taxas de suicídio mais elevadas.

As crianças parecem particularmente vulneráveis à ansiedade e à insegurança geradas pela incapacidade dos adultos de lutar contra o desequilíbrio climático.

Embora haja vários estudos sobre os efeitos das mudanças climáticas em termos econômicos, existe uma lacuna sobre as "consequências das mudanças climáticas para o bem-estar e a saúde humana", constatou Tony McMichael, professor de saúde pública da Universidade Nacional Australiana.

"Este é um ponto cego sério, limita nossa visão de futuros possíveis e da necessidade de uma ação eficaz e urgente", acrescentou, ao introduzir este estudo que, segundo ele, "vai nos ajudar a compreender a 'face humana' das mudanças climáticas".

NOTÍCIA: NOVA TÉCNICA EM MICROCIRURGIAS

Nova Técnica Aposenta Agulha E Linha Nas Microcirurgias
Pesquisadores usam gel e bioadesivo para colar vasos sanguíneos feridos
Veja, 30-08-2011

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford desenvolveu um método para unir vasos sanguíneos que não requer linha ou agulha, apenas um gel especial e um bioadesivo. A técnica promete ser mais segura e rápida que os procedimentos tradicionais. A equipe liderada pelo microcirurgião Geoffrey Gurtner publicou os resultados no periódico Nature Medicine. 

A técnica para reconectar vasos sanguíneos permanece inalterada há 100 anos, quando o cirurgião frânces Alexis Carrel ganhou o Nobel por ter aperfeiçoado o procedimento. São os 'pontos' cirúrgicos, também conhecidos por suturas. Usa-se uma agulha e uma linha para costurar as bordas de um ferimento. 

O ponto cirúrgico passa a ser um problema para os médicos quando é preciso tratar vasos sanguíneos com menos de um milímetro de espessura. Gurtner começou a pensar em alternativas às suturas há 9 anos. "Em 2002, tive que operar um bebê que teve o dedo amputado", disse o médico. "Foi difícil unir a ponta do dedo novamente porque os vasos sanguíneos eram minúsculos, com meio milímetro de espessura. A cirurgia durou cinco horas e só conseguimos dar ponto em três vasos", explicou.

Os pontos também causam outras complicações, como a
hiperplasia intimal, em que células proliferam na parede interna do vaso em resposta ao trauma. Isso pode diminuir a área útil da estrutura, dificultando a passagem do sangue, o que pode levar à coagulação sanguínea. Além disso, as suturas podem causar inflamações, que também dificultam o fluxo do sangue.

Solução - Gurtner primeiro imaginou que poderia usar gelo para manter os vasos separados e abertos tempo suficiente para serem colados. Como a região no corpo do paciente teria que ser resfriada a zero grau Celsius, o método se mostrou inviável. Em 2005, o pesquisador descobriu uma substância chamada Poloxamer 407. Trata-se de um polímero termorreversível, cujas propriedades podem ser revertidas pelo calor.

Gurtner tinha em mãos algo que poderia assumir características sólidas ou elásticas facilmente, além de não causar reações alérgicas no corpo humano. O Poloxamer 407 alterado pela equipe de Gurtner fica sólido quando aquecido pouco acima da temperatura do corpo e dissolve na corrente sanguínea quando resfriado.

Os cientistas utilizaram uma lâmpada incandescente simples para aquecer o gel. Em testes com animais, a técnica foi cinco vezes mais rápida que o ponto cirúrgico convencional. Além disso, resultou em menos inflamação e cicatrização depois de dois anos. O método funcionou em vasos extremamente finos, com apenas 0,2 milímetro de espessura, delicados demais para suturas. Para colar as estruturas, os médicos usaram Dermabond, um selante cirúrgico.

Futuro - De acordo com os autores, embora outros métodos sem 'costura' já terem sido desenvolvidos, eles não resolvem os principais problemas. "O uso de microclipes, grampos ou imãs são traumáticos para os vasos, e os resultados são piores ou comparáveis aos pontos cirúrgicos", escreveram.

Para que a técnica chegue à mesa de cirurgia, a equipe terá que realizar mais testes em animais maiores. A vantagem, contudo, é que todos os compostos utilizados no experimento já foram aprovados previamente pelo FDA, órgão americano de regulamentação de medicamentos.

NOTÍCIA: TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA COM CÉLULAS GENETICAMENTE MODIFICADAS

Transplante de medula óssea com células geneticamente modificadas
Veja, 29-08-2011

O transplante de medula óssea com células geneticamente modificadas pode prolongar a sobrevida dos pacientes com câncer. Em um artigo publicado no periódico científico especializado Cancer Biology & Therapy, pesquisadores da Universidade do Kentucky, nos Estados Unidos, descrevem experimentos em que células contendo uma proteína supressora de tumor de ratos geneticamente modificados foram transferidas para outro, aumentando a resistência do receptor à doença. 

A medula óssea é um tecido gelatinoso que fica dentro da cavidade dos ossos, e é responsável pela produção de leucócitos — células que combatem micro-organismos — e outras células que compõem o sangue, como as hemácias. Os pesquisadores modificaram genes de alguns animais para que eles expressassem a proteína Par-4 (também conhecida como PWAR), capaz de induzir seletivamente a apoptose (morte celular) em células cancerosas. Dessa maneira, tornavam-se resistentes a tumores.

Ratos que receberam a medula óssea dos animais geneticamente modificados passaram a exibir atividade elevada do sistema responsável pela produção da proteína Par-4. Isso significa que o transplante foi bem-sucedido e que o ‘sistema de proteção ao câncer’ foi passado adiante para os receptores. Mais: a injeção de uma solução contendo a proteína Par-4 nos camundongos também inibiu a metástase, ou formação de tumores secundários no corpo. 

"Estamos animados com as descobertas do estudo, já que elas indicam que a proteína Par-4 secretada é sistematicamente ativa em ratos", diz Vivek Rangnekar, responsável pelo trabalho. Segundo ele, o tratamento de tumores primários e secundários pode melhorar com os novos procedimentos de transplante usando células-tronco geneticamente modificadas. 

NOTÍCIA: SENSOR NÃO INVASIVO MEDE PRESSÃO CRANIANA

SENSOR MEDE PRESSÃO DENTRO DO CRÂNIO
Útil para pessoas com AVC e traumatismo craniano, equipamento dispensa perfuração do osso; cientista aguarda autorização da Anvisa
O Estado de São Paulo, 29-08-2011

Mascarenhas apresentou o sensor na 26.ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), que termina hoje, no Rio. Seu filho já criou uma empresa - a Sapra - para comercializar o sensor, que pode ser colocado sob ou sobre a pele para aferir a pressão dentro do crânio sem danos para o osso.

O cientista também espera autorização do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em um cenário otimista, prevê que receberá os carimbos no próximo semestre.

Ele afirma que o preço dos monitores disponíveis no mercado varia de R$ 25 mil a R$ 50 mil. Os sensores custam entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. "Nosso produto terá um preço médio de R$ 350", argumenta. "E será bem mais versátil. Poderá ser usado em academias, ambulâncias e consultórios, por exemplo."

A técnica já foi testada em ratos, coelhos, ovelhas e porcos. No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, o método minimamente invasivo, que insere o sensor sob a pele - e, portanto, demanda uma pequena incisão -, apresentou ótimo desempenho em testes com dez seres humanos com traumatismo craniano.

Inovação. Mascarenhas, que hoje tem 83 anos, já recebeu diagnóstico de Parkinson. Exames mais cuidadosos mostraram que sofria de hidrocefalia de pressão normal. Há cinco anos, perfurou o crânio para colocar um cateter que drenaria líquidos acumulados no seu cérebro.

Também precisaria medir periodicamente a pressão intracraniana. Não se conformava com a necessidade de um orifício para realizar as medições. Como bom físico, começou a indagar princípios para intuir o conteúdo de uma caixa sem violá-la. Realizou alguns testes sobre a mesa da cozinha da sua casa.

O cientista supôs que o crânio poderia sofrer deformações quando a pressão dentro dele se altera. A hipótese feria uma convicção estabelecida desde 1783, a chamada doutrina Monro-Kellie: o crânio é uma caixa rígida.

Mas os experimentos mostraram que o consenso estava errado: o crânio sofre uma deformação linear quando sua pressão interna aumenta. Recorreu a sensores semelhantes aos utilizados para aferir deformações em estruturas de construção civil, devidamente adaptados.

Teve de enfrentar então um novo ceticismo. "Diziam-me que, como as deformações eram muito sutis, não seria possível realizar medidas precisas: os dados importantes se confundiriam com o ruído", recorda.
O farmacêutico Gustavo Frigieri realizou seu doutorado sob a orientação de Mascarenhas e foi peça-chave no amadurecimento da tecnologia. Ele explica que utilizou um método chamado análise de Fourier para separar as informações úteis do ruído captado pelo sistema.

Além de menos invasiva, a técnica também promete oferecer, para os médicos, dados mais precisos e em intervalos de tempo menores.

NOTÍCIA: PIMENTA PICANTE TRATA RENITE

Pimenta Picante Ajuda A Combater Sintomas Da Rinite
Spray nasal feito de capsaicina tem ação mais rápida e eficiente para aliviar sintomas causados pela inflamação da mucosa do nariz
Veja, 29-08-2011

Até agora, já se sabia que a ingestão de pimentas picantes pode ajudar no emagrecimento e até no controle da pressão sanguínea. E os resultado de um novo estudo acabam de aumentar o leque de benefícios que o tempero traz à saúde. De acordo com uma pesquisa publicada no Annals of Allergy, Asthma & Immunology, um spray nasal com ingredientes derivados das pimentas da família da Caspicum annum (entre elas, a mexicana jalapenho e a pimenta-caiena) pode ajudar a tratar inflamações nas cavidades sinusais da via respiratória, como as rinites não alérgicas.

A Caspicum annum contém uma substância chamada capsaicina, que é uma das responsáveis pela sensação de calor desse tipo de pimenta. O composto é ainda ingrediente ativo de diversos medicamentos tópicos usados para o alívio temporário da dor – comercializados livremente nos Estados Unidos.

A rinite não alérgica é uma condição do trato respiratório superior, que se caracteriza pela inflamação da membrana da mucosa do nariz, sem uma reação alérgica envolvida. Os sintomas costumam ser desencadeados por certos odores ou substâncias irritantes no ar, mudanças no clima, alguns medicamentos, determinados alimentos e condições crônicas de saúde.

A equipe conduzida pelo pesquisador em alergia Jonathan Bernstein, da Universidade de Cincinnati, comparou o uso do spray nasal com a capsaicina com o uso de um spray placebo por duas semanas. Os 44 voluntários que participaram do levantamento tinham traços significativos de rinite não alérgica, como, por exemplo, congestão nasal e dores e sensação de pressão nos seios da face.

“Basicamente, concluímos que o spray é seguro e eficaz nas rinites não alérgicas”, diz Bernstein. O estudo mostrou ainda que os participantes que usaram o spray nasal com Capsicum annum relataram um rápido início de ação ou de alívio do medicamento - em média dentro de um minuto após o uso do spray. De acordo com os pesquisadores, esse é o primeiro teste clínico controlado onde a capsaicina foi usada em uma base contínua para controlar os sintomas.

REPORTAGEM: EFEITOS DA DEPRESSÃO PSICÓTICA

Efeitos Da Depressão Psicótica
Agência Fapesp, 29-08-2011
Fábio de Castro

Pessoas com depressão muitas vezes apresentam também manifestações psicóticas. Mas, até agora, a medicina não tem métodos objetivos para diferenciar esses casos dos quadros depressivos comuns, o que dificulta a adoção de tratamentos específicos.

Correlacionando dados de neuroimagem e testes clínicos, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) dá os primeiros passos para definir as diferenças clínicas e biológicas entre a depressão psicótica e não psicótica.

Dados preliminares de um estudo coordenado por Cristina Marta Del Ben, do Departamento de Neurociência e Comportamento da FMRP-USP, indicam que pacientes com depressão psicótica apresentam alterações no volume de determinadas estruturas cerebrais.

O estudo, ligado ao Projeto Temático "Neurotransmissores típicos e atípicos em transtornos neuropsiquiátricos", apoiado pela FAPESP e coordenado por Francisco Silveira Guimarães, da FMRP-USP, foi apresentado na sexta-feira (26/08), durante a 26ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), no Rio de Janeiro.

O estudo avaliou 23 pacientes com depressão psicótica, 25 com depressão não psicótica e 29 pessoas saudáveis para controle. O objetivo era observar as diferenças entre a depressão com e sem psicose. “Mas achamos importante correlacionar esses resultados de alterações biológicas com medidas clínicas e funções psíquicas mais finas. Por isso, combinamos esses dados a uma avaliação clínica detalhada”, disse Del Ben à Agência FAPESP.

Os dados de neuroimagem foram obtidos com um scanner de 3 tesla. Os pacientes também foram submetidos a uma espectroscopia para detectar a presença de uma série de metabólitos. Os dados foram então analisados por um software específico.

“Mas não podíamos nos restringir aos dados biológicos, pois era preciso considerar a emoção e o comportamento envolvidos nas manifestações da doença. Por isso, desenvolvemos também paradigmas para avaliar as interferências no processamento de memória verbal e visual envolvendo estímulos emocionais”, disse Del Ben.

Em um dos testes, os pacientes tinham que memorizar uma lista de 15 palavras com significado positivo, negativo ou neutro. Uma segunda lista de 15 palavras era então apresentada e os participantes deveriam identificar as palavras que já estavam presentes antes.

Outro teste semelhante foi feito com imagens positivas, negativas e neutras. Um terceiro teste envolvia a identificação de rostos humanos expressando diferentes tipos de emoção.
“Embora todos os pacientes tivessem depressão com o mesmo grau de gravidade, aqueles que apresentavam a manifestação psicótica demonstraram uma tendência maior a ficar atentos ao negativo. Não percebiam estímulos positivos que já tinham visto, ou achavam que tinham visto estímulos negativos que não tinham visto. É como se eles apresentassem um viés para o que é ruim”, disse Del Ben.

Algumas estruturas cerebrais dos pacientes com depressão psicótica apresentaram alterações no volume. A principal diferença ocorreu no istmo do giro do cíngulo, que estava reduzido nesses pacientes. De acordo com Del Ben, essa estrutura faz parte do sistema límbico, uma região do cérebro responsável pelas emoções.

“A redução da parte posterior do giro do cíngulo foi significativa nos pacientes com depressão psicótica, distinguindo-os muito bem dos não psicóticos. Além disso, há uma correlação com a gravidade. Quanto mais grave o caso do paciente psicótico, menor se apresentava a estrutura”, apontou.

Tratamento específico

Segundo a cientista, os dados são preliminares e foram obtidos há cerca de dois meses.

“Apenas começamos a fazer as correlações. Mas agora temos dados para fazer a conexão entre as alterações nas estruturas cerebrais e essa tendência a superestimar o lado negativo das coisas”, afirmou.

O istmo do cíngulo faz a conexão entre o lobo occipital – uma estrutura importante para o processamento visual e a percepção do estímulo externo – com o sistema límbico. Segundo a pesquisadora, o trabalho abre caminho para levantar até que ponto a depressão com psicose pode estar ligada a uma percepção distorcida de estímulo externo.

“É uma possibilidade que estamos levantando. A possibilidade de uma distorção na percepção do estímulo externo é, a princípio, coerente com a presença de delírio e alucinação, típicas da manifestação psicótica. Ainda temos que explorar esse possível problema na integração entre mundo externo e percepção subjetiva”, explicou.

Segundo Del Ben, é possível que a depressão psicótica e não psicótica sejam condições distintas de transtorno mental, que mereceriam abordagens específicas. Por isso, é importante estudar essa diferença.

“Entender a fisiopatogenia da doença é fundamental para a psiquiatria. Estamos aquém de outras especialidades médicas nessa área. É preciso aprofundar nossa compreensão de todo o processo para intervir de maneira mais apropriada. Atualmente, os pacientes são medicados com antidepressivos que causam uma modificação bastante inespecífica, no cérebro todo. Ainda não sabemos se é possível utilizar um tratamento mais específico e personalizado”, afirmou.

Além de Del Ben, participaram do trabalho a pós-doutoranda Maristela Schaufelberger Spanghero, atualmente docente da FMRP, e as alunas de mestrado Aline Gerbasi Balestra e Helena Pinho de Sá.

NOTÍCIA: NOVO APARELHO DIAGNOSTICA CÂNCER DE PELE

Aparelho Que Diagnostica E Trata Câncer De Pele Chegará A 100 Hospitais
EPTV, 28-08-2011

O aparelho que faz o diagnóstico e o tratamento de um tipo de câncer de pele, desenvolvido por pesquisadores da USP São Carlos, chegará até novembro a 100 hospitais do país.
A terapia fotodinâmica foi desenvolvida por físicos, médicos e farmacêuticos da USP.

“Essa terapia funciona passando um medicamento, que é absorvido pelas células tumorais, e quando iluminado, leva as células à morte”, disse o pesquisador da USP Vanderlei Bagnato.

Saiba Mais: Equipamento nacional facilita diagnóstico e tratamento do câncer de pele
O custo do aparelho é de aproximadamente R$ 10 mil, mas muitas instituições de saúde não vão pagar nada. “Com o financiamento do governo, da Finep e do BNDES, nós estamos tornando essa tecnologia disponível para todos que precisam e não só para quem pode pagar”, explicou o pesquisador.

Os hospitais ficarão pelo menos um ano com os aparelhos e a expectativa é ajudar 8 mil pacientes. No Hospital Amaral Carvalho, em Jaú, a tecnologia já chegou e foi usada em mais de 100 pacientes. “É muito importante o tratamento do câncer de pele não melanoma em fase inicial. Nesse protocolo são necessárias duas sessões com intervalo de uma semana. Isso nos tem dado um índice de cura de mais de 80% nos casos”, destacou a dermatologista Ana Sálvio.

Outra vantagem é que o tratamento dispensa cirurgia. “O paciente não relata muita dor, apenas nos primeiros minutos. A lesão residual é muito pequena e fica quase imperceptível”, disse a dermatologista.

Região

Em Santa Bárbara D’Oeste, São Carlos, Campinas, Leme, Ribeirão Preto e Matão, o programa começa a ser executado no máximo em dois meses. Em setembro está previsto o envio do equipamento e o treinamento dos profissionais envolvidos.

Para obter outras informações sobre as clínicas participantes é necessário enviar um e-mail para cancerpele@ifsc.usp.br.

NOTÍCIA: ANTIBIÓTICO AMENIZA SINTOMAS DE DPOC

Antibiótico Ameniza Sintomas De Doença Pulmonar, Indica Estudo
Folha de São Paulo, 26-08-2011
MARIANA PASTORE

O uso de um antibiótico barato e amplamente disponível pode reduzir em 30% a frequência de crises em casos moderados e graves de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
A conclusão é de uma pesquisa publicada ontem no periódico "New England Journal of Medicine".

A doença, que mata 33 mil brasileiros por ano, ataca principalmente os fumantes.
A pessoa para de respirar progressivamente. A DPOC é caracterizada por dois problemas (enfisema pulmonar e bronquite crônica) e se manifesta em quem se expõe ao fumo (85% dos casos) e a fumaça de fogão a lenha (15%).

O ESTUDO

Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos EUA, observaram 1.142 pacientes com DPOC moderada e grave, caracterizada por episódios repetidos de aumento de tosse, catarro e falta de ar.

Entre eles, 570 receberam uma dose diária de 250 mg de azitromicina, além do tratamento usual com corticoide inalável e broncodilatador, enquanto os outros 572 receberam placebo.

Durante o ano da pesquisa, os participantes que receberam o antibiótico ficaram livres de crises por 266 dias, em média, em comparação com 174 dias entre os que receberam placebo.

O trabalho concluiu que a dose diária do antibiótico reduziu a frequência das crises e melhorou a qualidade de vida dos pacientes.

"O uso contínuo da azitromicina é uma prática médica muito bem estabelecida para reduzir infecções. Em algumas situações, o remédio é usado não com a expectativa de um efeito antibiótico, mas sim de um poder anti-inflamatório", afirma o pneumologista Alberto Cukier, do InCor (Instituto do Coração).

Segundo o médico, a droga atua nos mecanismos de inflamação e evita o aparecimento de novas infecções por causa disso.

No entanto, Cukier ressalta que o risco do uso continuado de antibiótico causa preocupação entre os médicos.

O pneumologista Carlos Fritscher, professor da Faculdade de Medicina da PUC do Rio Grande do Sul, afirma que a prática pode induzir a resistência bacteriana, favorecendo o surgimento de tipos mais agressivos de micróbios.

O antibiótico, hoje, só é usado em pacientes com casos mais graves de DPOC, afirma Fitscher, em conjunto com o tratamento contínuo com corticoides inaláveis.

EFEITO COLATERAL

Uma pesquisa publicada no ano passado no periódico "Chest" mostrou que o uso de corticóides inaláveis por pacientes com DPOC traz pouco resultado no controle das crises respiratórias.

Fritscher afirma que em torno de 60% dos pacientes com doença obstrutiva pulmonar crônica moderada ou grave usam produtos que contêm corticoide inalável.

"Em alguns pacientes, ele é uma peça-chave no tratamento para controlar a inflamação, mas o remédio não cura a doença. O enfisema pulmonar é irreversível", afirma Fritscher.
O médico afirma que parar de fumar reduz a intensidade das crises.

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